segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Capítulo 2 - Parte X

Telas para pintura

O cânhamo é perfeito para arquivamento.

As pinturas de Van Gogh, Gainsborough, Rembrandt etc; foram principalmente pintadas em telas de cânhamo, como praticamente todas as pinturas.

O cânhamo é uma fibra lustrosa e forte, resiste ao calor, fungos, insetos e não é danificada pela luz. Pinturas a óleo em telas de cânhamo ou linho estão em condições excelentes por séculos.


Auto-retrato de Vincent Van Gogh feito em uma tela de cânhamo.



Pinturas e Vernizes

Por milhares de anos, praticamente todas as excelentes pinturas e vernizes eram feitos com óleo de semente de cânhamo ou de linho.

Por exemplo, só em 1935, 58 mil toneladas* de sementes de cânhamo foram usadas nos EUA para pintura e verniz. Os negócios de óleo seco** de maconha se converteram principalmente nos petroquímicos da Dupont.


*O instituto nacional de produtos oleaginosos (óleos de semente) testemunha contra o 1937 Marijuana Transfer Tax Law.

Como comparação, considere que a DEA (Drug enforcement administration), junto com todas as agências policiais estatais e locais de todos os EUA, alega ter confiscado mais de 700 toneladas de cultivos de maconha; sementes, plantas, raízes e todos os resquícios durante o ano de 1996. Até a própria DEA admite que entre 94 e 97 por cento de todas as plantações de câ
nhamo que foram apreendidas e destruídas desde 1960 eram plantações silvestres crescendo naturalmente e não poderiam ser usadas para o fumo.

**Tradução de drying oil.


O selo Marijuana Tax Act estabelecia total controle governamental sobre a planta. Esse selo nunca esteve disponível para uso privado.

O congresso e o departamento de tesouraria foram assegurados através de
um depoimento secreto dado pela Dupont entre 1935-37 diretamente para Herman Oliphant, chefe conselheiro do departamento de tesouraria, que o óleo de semente de cânhamo seria substituído por óleos petroquímicos sintéticos feitos principalmente pela própria Dupont.

Oliphant foi exclusivamente responsável pela elaboração do Marijuana Tax Act* que foi apresentado pelo Congresso. (Veja a história completa no capítulo 4, “Os últimos dias da cannabis legal.”)


*O Marijuana Tax Act ou Ato fiscal da Maconha, elaborado em 1937, foi um grande passo em direção a criminalização da maconha nos EUA. Foi introduzido no Congresso pelo comissário da FBN (Federal Bureau of Narcotics) Harry Jacob Anslinger.

O capítulo 1 já pode ser baixado através desse link, que se encontra na parte lateral direita do site!
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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Capítulo 2 - Parte IX

Cordame, retrós e torçais

Praticamente todos os municípios, cidades e vilas (desde tempo
s imemoriais) no mundo tiveram alguma indústria para a produção de cordas feitas de cânhamo. A Rússia, contudo, era a melhor e maior fabricante de qualidade, fornecendo 80% de todo o cânhamo ocidental de 1740 até 1940.

Thomas Paine delineou 4 fontes naturais essenciais para a nova nação no “Common Sense” (um folheto de sua autoria, publicado em 1776): “cordame, ferro, madeira e alcatrão” (cordage, iron, timber and tar). O melhor dentre eles era o cânhamo para o cordame. Ele escreveu:

“O cânhamo floresce mesmo quando muito abundante, por isso não devemos temer por falta de cordame.”

- Trecho de “Common Sense”, Pode ser encontrado em http://books.google.com.br/

E então ele prosseguiu a listar outros materiais essenciais para a guerra contra a marinha britânica, como canhões, pólvora etc.

Entre 70 e 90 por cento de todas as cordas, retrós e torçais eram feitos de cânhamo até 1937. Então foi substituído em sua maior parte por fibras petroquímicas (propriedades principalmente da Dupont sob licença de patentes da companhia alemã I.G. Corporation) e por Manila (abacá) de cânhamo, com amarras de aço às vezes entrelaçadas para fortificação – trazida da nova possessão americana, as pacíficas Filipinas, confiscada da Espanha como compensação à guerra Hispano-Americana de 1898.


Mapa das Filipinas (Capital: Manila). Situa-se no oriente. Próximo a China, Malásia, Vietnã, Indonésia etc.

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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Capítulo 2 - Parte VIII

Nossos ancestrais eram muito econômicos para sair jogando coisa fora. Então, até 1880, qualquer sucata ou sobra de roupas eram todas misturadas e recicladas para produzir papel.

O papel de algodão, contendo fibra de cânhamo, é o papel de maior qualidade e duração já feito. Ele pode rasgar quando mo
lhado, mas ao secar, sua robustez volta completamente. Exceto por condições extremas, o rag paper permanece estável por séculos. O papel praticamente não se desgasta. Muitos dos papéis do governo dos EUA foram escritos, por lei, em rag paper feito de cânhamo até meados de 1920.

Estudiosos creem que o inicio do conhecimento ou da arte chinesa sobre a fabricação de papel de cânhamo (1º século D.C. – 800 anos antes de o Islã descobrir como fazer e entre 1.200 e 1.400 anos antes da Europa) foi uma das duas razões principais para que o a sabedoria e ciência oriental fossem imensamente superiores à ocidental por 1.400 anos. Assim, a arte da produção de papel de cânhamo duradouro permitiu que os orientais acumulassem conhecimento que fosse passado adiante, usado como referência, investigado, aperfeiçoado, contestado e mudado geração após geração (em outras palavras, um saber acumulado e abrangente).

A outra razão para que a sabedoria e a ciência oriental mantivessem superioridade à ocidental por 1.400 anos foi que a Igr
eja Católica Romana proibiu a leitura e escrita para 95% do povo europeu. Além disso, eles queimaram, perseguiram ou proibiram todos os livros nacionais e internacionais – incluindo a própria bíblia! Por mais de 1.200 anos com punições e às vezes a frequentemente utilizada pena de morte. Por causa disso, muitos historiadores chamam esse período de “The dark ages” (Idade das trevas) (476 D.C. – 1000 D.C., quiçá até a época da Renascença).

(Veja o capítulo 10, Sociologia)


A perseguição na Idade Média.
(“Persecution in the Dark Ages”)
Fonte: http://www.thebaptist.org/persecuted.htm


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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Capítulo 2 - Parte VII

Fibra e o papel de celulose

Até 1883, 75-90% de todo o papel produzido no mundo era feito de fibra de cânhamo de cannabis, incluindo livros, Bíblias, mapas, papel moeda, ações e títulos, jornais etc. A bíblia de Gutenberg* (século XV); Pantagruel e Gargântua*, de François Rabelais (século XVI); a Bíblia KJV* (século XVII); os trabalhos de Fitz Hugh Ludlow, Mark Twain, Victor Hugo, Alexander Dumas; o famoso “Alice no país das maravilhas” de Lewis Carroll (século XIX); isso tudo e a maioria das coisas eram impressas em papel de cânhamo.


Bíblia de Gutenberg

*Nessa obra de Rabelais (escritor, médico e padre francês), existe uma chamada “erva de pantagruel” que posteriormente seria confirmada como a própria maconha.

A erva “pantagruelion” no épico Pantagruel e Gargântua, de Rabelais, foi identificada como maconha já em 1854 na monografia de Leon Fay “Rabelais, botânica” (Angers, 1854). Fay mostrou que a descrição de Rabelais da erva “pantagruelion” não é só botanicamente precisa, mas “tão cheia de vida como a própria erva”.


Fonte: http://www.veryimportantpotheads.com/site/rabelais.htm


*A bíblia KJV foi publicada pela primeira vez em 1611 e foi revolucionária na sua tradução. KJV signifca “King James Version”, a versão do Rei Jaime I.


Fonte: Wikipédia


O primeiro esboço da declaração de independência dos EUA (28 de junho de 1776) foi escrita em um papel holandês (feito de cânhamo), assim como o segundo esboço, concluído em 2 de julho de 1776. Esse foi o documento que de fato se assentou naquele dia.
No dia 4 de julho de 1776, foi anunciado e liberado, e no dia 19 de julho do mesmo ano, o congresso ordenou que a declaração devesse ser copiada e feita a escritura em um pergaminho preparado em pele animal e esse foi o documento em que, no dia 2 de agosto de 1776, os deputados assinaram.

O papel de cânhamo dura entre 50 e 100 vezes mais que as preparações de papiro e era muito mais fácil e barato de produzir.


O que os colonos americanos e o resto do mundo costumavam fazer era produzir papel reciclado com as sobras das lonas e das cordas que os donos dos navios consideravam como sucata.


O resto do papel
vinha de roupas desgastadas, lençóis, fraldas, cortinas e trapos* vendidos para sucateiros. Tudo isso era feito principalmente de cânhamo e às vezes linho. *Daí que vem o termo rag paper (cotton paper), que seria o papel de fibra de tecido, no caso, o de algodão, que é de qualidade superior. Fraldas feitas de cânhamo sendo vendidas atualmente.
Fonte:
http://www.babysorganicnursery.com/





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