quarta-feira, 23 de junho de 2010

Capítulo 1 - Parte II


Memorando da história dos Estados Unidos

Em 1619, a primeira lei relacionada a maconha foi promulgada na Colônia de Jamestown, em Virginia. As leis “mandavam” os fazendeiros plantarem cânhamo-indiano. Mais leis relacionadas a obrigações de cultivo de maconha foram promulgadas em Massachusetts em 1631, em Connecticut em 1632 e nas colônias de Virginia e Maryland.

Até na Inglaterra, o mais almejado prêmio de cidadania britânica plena era concedido por um decreto da coroa para os estrangeiros que plantassem maconha, e até cobravam multas daqueles que se recusassem.

Nos Estados Unidos, além do cânhamo também ter valor de “moeda” legalmente (dinheiro!) na maioria dos estados americanos de 1631 até meados de 1800, poderiam ser usados inclusive para pagar os impostos. Por quê? Para estimular os agricultores americanos a plantar cada vez mais.

Qualquer americano poderia ser preso por não plantar cânhamo durante os períodos de crise. Por exemplo em Virginia, entre 1763 e 1767. (Herndon, G.M., Hemp in Colonial Virginia, 1936; The Chesapeake Colonies, 1954; L.A. Times, August 12, 1981; et al)

George Washington e Thomas Jefferson, primeiro e terceiro presidentes dos Estados Unidos respectivamente, cultivavam a cannabis em suas plantações. Thomas Jefferson, quando foi enviado a França, com um grande custo financeiro (também um considerável risco para ele mesmo e seus agentes), para adquirir pessoalmente sementes de cânhamo de qualidade superior contrabandeadas ilegalmente da China para a Turquia. Os líderes políticos da China achavam suas sementes tão valiosas que consideravam a exportação um insulto ao governo.

No censo feito pelos Estados Unidos em 1850 contou 8.327 plantações* de cânhamo (com o mínimo de 2.000 acres por fazenda) com fins de desenvolver tecidos, lonas e até para a produção de algodão. A maioria dessas plantações se localizavam no sul ou nas fronteiras dos estados. Primeiramente por causa da mão-de-obra escrava barata à disposição anteriormente à atividade intensa de cânhamo em 1865.

(U.S. Census, 1850; Allen, James Lane, The Reign of Law, A Tale of the Kentucky Hemp Fields, MacMillan Co., NY, 1900; Roffman, Roger, Ph.D. Marijuana as Medicine, Mendrone Books, WA, 1982.)

*Sem contar as dezenas de milhares de pequenas fazendas cultivando maconha e também as centenas de milhares, senão milhões, de trechos em que o cânhamo crescia nos EUA; isso sem levar em consideração que nessa época, 80% do consumo de cânhamo tinham de ser importado da Rússia, Hungria, Tchecoslováquia, Polônia etc.

E ainda mais, diversos extratos de maconha e haxixe foram os primeiros, segundos e terceiros maiores medicamentos prescritos nos Estados Unidos entre 1842 até meados de 1890. Seu uso medicinal continuou legalmente continuamente na década de 1930 para o ser humano e calculado ainda mais notável na veterinária mundial e americana durante esse período.

Extratos de cannabis medicinal eram produzidos por Eli Lilly, Parke-Davis, Toldens, Brothers Smith (Smith Brothers), Squibb dentre outros americanos, companhias européias e inclusive boticários. Durante todo esse tempo, não há relato de mortes por extratos de cannabis medicinal e praticamente nenhuma desordem mental ou abuso, exceto por alguns novatos utilizando pela primeira vez que ocasionalmente se sentiam desorientados ou bastante introvertidos.

(Mikuriya, Tod, M.D., Marijuana Medical Papers, Medi-Comp Press, CA; Sidney & Stillman, Richard, Therapeutic Potential of Marijuana, Plenum Press, NY, 1976.)


Essa foi a tradução e adaptação das páginas 2, 3 e início da 4.

Clique aqui para a versão em inglês.

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